A primavera chegando e o Odisseia renovou seu espírito em eventos no Rio de Janeiro...
Primeiro, a palestra no Baukurs Cultural, no dia 31 de agosto...
Fotos: Simxer Fernandes
Uma oportunidade de refinar o conceito original trabalhado em maio deste ano, uma chance de conhecer novos herois... Um novo espaço acolhedor, novas experiências.
Fotos: Simxer Fernandes
Expandindo possibilidades para nós e para os outros, o grande objetivo deste projeto.
Fotos: Simxer Fernandes
Saímos satisfeitas!
Fotos: Simxer Fernandes
Nem a chuva forte desmanchou a mágica de estar entre herois num espaço tão especial do Rio.
A palestra, evoluiu. E nossa certeza de que é possível ajudar na busca pelo caminho própria, também.
E agora, no começo de outubro, trazemos o conceito de jornada para o Rio de Janeiro.
Percebemos que o modelo de workshop de 4 encontros não era suficientemente concentrado para algumas pessoas de nossa audiência.
Experimentamos então o novo modelo testado em São Paulo, um mergulho intenso de um dia. De 10h às 18h de um domingo glorioso, trilhamos um belo caminho com quatro heroínas... Foi intenso, proveitoso e passou em um segundo... Já estamos com vontade de mais, aguardando a próxima jornada em 26 de novembro...
O aprendizado: quanto mais nos (re)conhecemos, Érica e eu, mais afinada é nossa parceria, mais fluida a nossa troca. Parece novamente uma brincadeira de infância, com as camadas de experiência e gratidão que os anos vividos nos deram.
Agradeço profundamente e de coração a oportunidade de realizar este trabalho.
Terminei em menos de uma hora a leitura do ótimo "Anything you want" de Derek Sivers. Em resumo: excelente conteúdo prático para quem está buscando um caminho próprio, especialmente na criação de um negócio.
O ponto alto é a simplicidade de suas considerações e do pragmatismo que permeia tudo o que compartilha. Em outras palavras, nada ali requer muito dinheiro, cursos ou soluções mirabolantes. Fé em si mesmo, boas intenções e muito bom senso fazem a mágica. Ah, claro. Errar ajuda bastante. Derek está longe de ser um escritor de teorias. Ele iniciou um negócio (CD Baby) que foi mais tarde vendido por 22 milhões de doláres. Um negócio que ele fez com suas próprias mãos, por um bom tempo. E muito sem querer, diga-se de passagem. Também gostei de como ele aborda três dos meus conceitos favoritos sobre como fazer negócios, fartamente ilustrados por sua própria experiência: 1) Começar enxuto e pequeno 2) Os benefícios de começar sem muito dinheiro e investidores 3) As vantagens de não ter plano de negócio Meus trechos favoritos:
1) No "yes". Either "HELL YEAH" or "no" Derek (como eu) só acredita em negócios que realmente reflitam os sonhos do empreendedor (e também o desejo de servir o cliente). Portanto o critério sugerido por ele para avaliar um novo projeto é simples: Se não for algo que faça seu coração palpitar, diga não. O sucesso é inevitável se você estiver comprometido com o que está fazendo (se o que você tiver valor para as pessoas, claro...).
2) Ideas are just a multiplier of execution. A explicação é muito intuitiva. Ele dá um peso para ideias e multiplica pela execução. A melhor ideia, sem execução, vale USD20...
AWFUL IDEA = -1 WEAK IDEA = 1 SO-SO IDEA = 5 GOOD IDEA = 10 GREAT IDEA = 15 BRILLIANT IDEA = 20
NO EXECUTION = $1 WEAK EXECUTION = $1000 SO-SO EXECUTION = $10,000 GOOD EXECUTION = $100,000 GREAT EXECUTION = $1,000,000 BRILLIANT EXECUTION = $10,000,000
Há uma diferença dramática entre fazer e pensar. Fazer significar errar, acertar, aprender. Progredir.
Por isso concordo muito com o conceito de Derek. Faça ideias acontecerem, mesmo que ainda imperfeitas.
3)Care about your customers more than you care about yourself Acredito na força de um trabalho a serviço do outro. Mais do que filosofia, é a maneira mais robusta de conquistar uma audiência fiel em tempos de concorrência feroz e mudanças velozes. Chris Guillebeau já falava disso no seu "Art of Non Conformity". Dê sua contribuição única ao mundo, com interesse genuíno em seu público. Esta verdade trará retorno.
4) My 3.3 million mistake. É a tal história (lenda urbana?) do executivo que cometeu um erro milionário e foi pedir demissão ao chefe. Que respondeu: "Nem pensar. Este foi o treinamento mais caro que você já recebeu e eu quero que a empresa se beneficie dele".
É muito difícil assumir erros. Especialmente erros crassos, envolvendo grandes perdas emocionais e financeiras. Mas compartilhar erros pode ajudar muitos outros a perderem o medo de tentar. E também a aprender com os erros dos outros, na medida do possível.
5)You make your perfect world Depositar sua realização pessoal nas mãos dos outros é uma grande aposta na frustração. "Se eu tivesse mais dinheiro... ". "Se eu tivesse mais sorte...". "Se meu chefe, meu pai, minha esposa, eu fosse diferente...". Perguntas que trazem material para adiar o fazer, o sonhar e o ser dono do seu caminho. Derek fala como seu negócio de distribuição de música independente foi criado para atender a um anseio que ele tinha para si e para o mundo. Ao tomar o desafio para si, ele ascendeu a um novo nível de carreira e contribuição para o mundo.
Difícil demais, porém sem dúvida o melhor caminho para viver uma vida inteira.
Leitura imperdível para quem está empreendendo seu sonho ou apenas buscando inspiração para deixar um legado com algum sentido no mundo.
No final de agosto, aportamos em terras queridas. O Odisseia foi para São Paulo, fazer novos experimentos...
Trazemos de volta memórias preciosas de momentos incríveis, aprendizados muitos e vontade de mais.
Na sexta fizemos a palestra, com acertos e mais afinada.
De cara, o impacto de estar em um local diferente de tudo, o The Hub São Paulo... Aconchegante, inspirado, inusitado, inovador. Um vento fresco no espírito. Um oásis de colaboração e simpatia, a começar pela ajuda de nosso novo amigo José para subir a mala pesada de coisas nas escadarias de lá.
Apesar do desafio de uma sexta-feira à noite, tivemos um encontro especial com navegantes de várias praias.
E o auxílio luxuoso e especial de Ellen e Élica, companheiras de tempos de Johnson & Johnson. Um presente e uma prova de amizade que não esqueceremos.
No sábado, dia 27, testamos um novo formato: a Jornada de um dia. Um sucesso absoluto.
Fizemos um mergulho intenso junto a quatro herois. Quatro histórias se entrelaçando com a nossa. Planos muitos de muitas aventuras.
Escrevi um conto no Concurso "Eu Amo Escrever". Estava meio insegura do texto, mas tomei coragem e fui adiante.
O resultado? Uma repercussão incrível nos grupos mais diversos que frequento na vida real e virtual.
Fiquei com vontade de compartilhar os aprendizados desta história:
1) Ouça quem conhece você
Entrei no concurso porque duas amigas me enviaram a mesma mensagem: este concurso é a a sua cara. Afinal reunia dois conceitos que me são muuito caros: o prazer da expressão pelas palavras e a importância de viver bem.
2) Enfrente seu medo
Deixei para em cima da hora, antes de saber que o prazo final seria estendido. Pensei que o texto estava curto, mas fui adiante e postei assim mesmo!
3) Seja você
Não tinha tempo para inventar uma história totalmente nova. Portanto escolhi fazer uma autobiografia em forma de conto, narrando minha jornada pelo caminho próprio.
Como tudo que está escrito veio direto do coração e da vida real, ecoou em outros corações, com angústias e trajetórias em comum comigo.
Preciso de mais de 1000 votos para ir para a próxima fase. Mas não importa. Se ficar por aqui, já ganhei muito: a certeza de que escrever é meu caminho e posso seguir nele, com medo e coragem.
A soma de acaso e curadoria de amigos sempre é oportunidade para um presente inesperado.
Assim esbarrei com uma série de vídeos brincando com as histórias da Disney. Cortesia do talentoso Nick Bertke.
O vídeo abaixo me pareceu uma incrível metáfora do caminho do heroi, neste caso, o heroi Buzz Lightyear...
Vejam só!
Não seria o caminho de Buzz semelhante a todos os caminhos de heroi? Inclusive o nosso...
Olhando em detalhe o filme acima, tudo indica que sim:
"Not a flying toy"
No começo, Buzz está confuso, por descobrir que não tem todos os poderes que imaginava.
Sente dor. Perde pedaços... Tenta voar seguidamente. Fracassa seguidamente...
Um confronto doloroso com suas crenças anteriores. Traz muita tristeza, frustração e sentimento de impotência...
Quem já não se sentiu assim com a sua vida cotidiana, quando estamos descrentes de nosso potencial ou vivendo uma vida que não parece fazer sentido?
You've got the wings... You glow in the dark. You talk. YOU ARE A BUZZ LIGHTYEAR!!
O Woody funciona como um "mentor". Ele é quem convida Buzz a enxergar suas habilidades (seus super-poderes) e, o mais importante, resgatar a sua real identidade.
A partir daí, o clipe de Pogo nos mostra uma sequência da trilha de descoberta de Buzz, para reencontrar seu verdadeiro eu possível.
São tantas camadas de escolhas feitas, caminhar por onde era esperado ou mais "fácil". Mas sob tudo isso, ainda somos nós. Puros e essenciais, com todas as marcas e aprendizados da jornada. Ímpares, mais inteiros.
All right, guys. This is enough, STICK OUT!
Após praticar um pouco o caminho do heroi, Buzz começa a sentir-se energizado e pronto para um passo maior. Um voo mais alto. Apoiado por seus companheiros do quarto de Andy, ele se prepara...
Notem como a expressão muda. O olhar é mais confiante.
Depois de pequenos experimentos de uma nova vida (uma nova atividade, um trabalho paralelo, um voluntariado...) fica mais fácil percebermos se esta é realmente a nossa praia. Também fica mais claro se somos bons no que estamos fazendo ou não, a partir do impacto de nossas ações nos outros e o retorno que eles nos dão.
Are you coming?
Companheiros de jornada, já calejados por suas próprias prisões e aventuras, convidam Buzz para unir-se a eles nesta nova estrada...
Assim é em qualquer jornada de heroi. Os Jedi para Luke Skywalker; os ratinhos da Cinderela; a Ordem do Anel para Frodo... Encontrar a sua turma pode ser a diferença entre desistir e continuar.
Onde? Em todo o lugar. Eu encontrei os meus entre ex-colegas de trabalho, locais de coworking, eventos de empreendedorismo. Mas também indicados por amigos e até por acaso...
This isn't flying. This is FALLING WITH STYLE!
Buzz realiza o seu pleno potencial, mesmo que não saiba voar. É o voar de sua forma única, na sua possibilidade.
Notem a voz empolgada, a nova vibração.
Viver um caminho próprio permite este nível de energia. Esta felicidade profunda de estar fazendo o seu melhor e vivendo isto da forma mais prazerosa possível.
Possível, porque é claro que o caminho de heroi tem percalços e é muito duro. Afinal, o heroi é "um indivíduo disposto a sacrifícios por um propósito maior".
Hoje em dia, há infinitas possibilidades de realização pessoal: advogado ou designer de videogames? Mestrado ou empresa? Concurso público ou empreendimento próprio? Negócio virtual ou real? Começar uma família agora ou depois? Economia criativa ou Indústria?
Para uns, chegou o último ano da faculdade e a pressão é mais forte do que nunca. Como evitar a tentação da primeira oportunidade que aparecer, mesmo não sendo bem o que se sonhou?
Para outros, a carreira já começou, mas não satisfaz. As primeiras escolhas precisam ser revistas: vontade de mudar de rumo, trabalhar menos, estudar, começar uma família...
Crédito: Simxer Fernandes
O objetivo do Odisseia é trazer ferramentas práticas para direcionar esta busca, organizando ideias e criando espaço para a discussão com quem compartilha das mesmas dúvidas.
Duas profissionais que vivem seus próprios sonhos facilitarão a jornada. Usando colaboração, exercícios práticos, atividades dinâmicas e muita criatividade, chegaremos ao mapa de seu caminho de herói, construindo um guia concreto para uma vida recompensadora e coerente com seus valores e desejos.
As Facilitadoras
Érica
Cavour é
terapeuta sistêmico-formativa, especialista em Psicologia Formativa e Terapia
Familiar Sistêmica. Foi supervisora da Núcleo Pesquisas, Rio de Janeiro, por
cinco anos. Cocriou os projetos de desenvolvimento pessoal Temas e Metas e Roda de Mães. Atua
coordenando grupos e atendendo indivíduos , casais e famílias em seu
consultório privado.
Leticia
Carneiro é
organizadora de ideias, consultora, escritora e fez a Formação para Coaches do
Instituto EcoSocial. Trabalhou por quinze anos em multinacionais com
planejamento estratégico. É publicitária
formada na UFRJ, com MBA em Administração pela COPPEAD. Criou o blog vivermaissimples.com e é
sócia-fundadora da Argo, na área de branding pessoal e de marcas.
Juntas criaram o Odisseia, um projeto dedicado a ajudar pessoas e organizações a
serem heróis de sua própria história.
No mês de maio começou a realização de um sonho. O sonho meu e de minha parceira Érica Cavour de ajudar cada um a ser o heroi de sua própria história. Este sonho se chama “Odisseia”.
O projeto nasceu do desejo de colocar nossa experiência profissional e nossa própria jornada heróica a serviço da carreira de todos.
O primeiro passo foi uma palestra gratuita no dia 16/5, aqui no Bees. 40 pessoas prestigiaram o evento, batendo o recorde de ocupação do espaço (isto causou o rápido esgotamento de cadeiras, o que não acontecerá nas próximas vezes!).
Começamos estabelecendo nossos objetivos para a noite: provocar excelentes respostas a partir de boas perguntas. Ou seja, estimular uma reflexão estruturada sobre para onde cada um quer caminhar.
E a primeira delas é sobre os desafios de escolher o próprio caminho… Afinal, uma definição de heroi é “quem está disposto a enfrentar sacrifícios por um propósito maior”. Não é fácil, mas vale à pena.
Para provar este ponto, contamos um pouco de nossa própria trajetória: Érica teve um caminho diletante, incluindo duas faculdades, vivência no exterior e vários experimentos profissionais. Até encontrar sua vocação em ajudar a construção de melhores relações e praticá-la como terapeuta sistêmica com formação em Psicologia Formativa. Hoje atua no seu consultório e através da Roda de Mães e Temas & Metas.
Eu tive um caminho mais linear: faculdade, trainee e carreira de executiva em multinacionais. Trabalhei na Souza Cruz e na Johnson & Johnson por quinze anos. Em 2009, estava baseada em São Paulo com o marido e filhos pequenos e vivendo uma situação de profundo desequilíbrio emocional. Foi quando escolhi mudar de vida, voltando para o Rio, adotando a vida pedestre e iniciando o blog Viver Mais Simples. Hoje sou Organizadora de Ideias na Nutshell Estratégia, e sócia no Comida para Viagem.
Depois de nossa história, era hora de todos porem as mãos na massa, para refletir sobre o próprio caminho.
Primeiro fizemos um exercício baseado no Postcard Project de Chris Guillebeau. Neste exercício, propomos duas perguntas: “O que você quer da vida?” e “O que só você pode fazer pelos outros?”. A esta altura, começaram as contribuições. E chegamos juntos á conclusão que são perguntas bem difíceis, porém cruciais. Alguns já haviam começado a se perguntar coisas parecidas. Outros perceberam que ainda estavam totalmente no escuro…
Para ajudar a clarear as ideias, fizemos um novo exercício. Mais seis perguntas para organizar os pensamentos:
Para a primeira pergunta:
O que você faria pelo resto da vida, feliz?
Quem mais te apoiaria?
Que valores são mais importantes para você?
E para a segunda:
O que as pessoas mais te pedem?
O que elas são mais gratas por você fazer?
Que memória te ajuda a enfrentar os dias difíceis?
O debate ficou mais animado. As respostas surpreenderam muitos. Principalmente a falta delas, em alguns casos…
Ficou claro que, sem refletir, não há como ir na direção certa. Afinal, aprendi com o Marcos Rezende que o cérebro é como um táxi: se não dissermos para onde ele vai, ele não sai do lugar…
Outro ponto discutido foi o risco de viver os sonhos dos outros (empregadores, pais, amigos, cônjuges) quando não sabemos qual é o nosso próprio sonho…
Para resumir o conteúdo da palestra, fizemos uma seleção de aprendizados, que deixamos aqui:
Ser feliz dá trabalho
Se você não viver seu sonho, viverá o de outra pessoa
Agradecemos ao Cadú, Taíssa e Monique pelo apoio. Um belo exemplo de coworking!
Para finalizar: mesmo com um pouco mais de autoconhecimento, ainda é um desafio enorme escolher e traçar sua jornada de heroi. Por isso criamos os workshops Repensando a Carreira onde trabalharemos em maior profundidade os mapas de cada um, com a força da colaboração em grupo.
O primeiro workshop começou segunda-feira, 30/5 e outros vêm por aí. O próximo será no Leblon, a partir de 28/5.
Na jornada por um caminho próprio, tenho aprendido, tenho tido medo, tenho arriscado, tenho recebido e compartilhado. Sem a menor dúvida, sou mais feliz vivendo o meu sonho. O sonho de ajudar visionários a frutificar, sendo felizes.
Venho encontrando muitas pessoas nesta mesma busca, muitos me pedindo ajuda, dicas, ferramentas. Por isso decidi levar o Viver Mais Simples para mais longe, através de iniciativas para além das páginas deste blog. Neste maio, junto com minha parceira e amiga Érica Cavour, começo o projeto Odisseia.
O objetivo do Odisseia é trazer ferramentas práticas para direcionar a busca por uma carreira mais realizadora, organizando ideias e criando espaço para a discussão com quem compartilha das mesmas dúvidas. Serão quatro encontros semanais de 2 h cada um:
1. Lá de onde eu vim: a história de cada um
2. Desenhando um sonho de bom tamanho: para onde eu posso ir?
3. Construindo a caixa de ferramentas: o que levar e o que deixar no caminho?
4. Tudo pronto para zarpar: finalizando o mapa
Acredito que uma das bases do frutificar é a mistura de ideias e referências pessoais. Por isso meu desejo é compartilhar (e receber) dicas de livros inspiradores para negócios e realização de sonhos em geral. E começarei com “Predictably Irrational”, ou “Previsivelmente Irracional”, na versão em português.
Dan Ariely, o autor, é um economista comportamental. Ou seja, estuda como comportamentos e atitudes influenciam a forma como consumimos e compramos. Tendo trabalhado quinze anos com pesquisa de mercado, acho fascinante aprender que as pessoas nem sempre agem conforme seu discurso e que muitas vezes o “politicamente correto” perde para instintos mais básicos e obscuros... E Dan faz experimentos reais com pessoas de verdade, o que torna o livro ainda mais interessante.
Como isso afeta o meu, o seu, o nosso negócio? De uma forma relativamente simples: ao entender determinados padrões que se repetem no jeito das pessoas se relacionarem com bens e empresas, podemos criar oportunidades de crescimento e realização para todos, vendedores e compradores... Um coworking econômico, que tal?
Vejam três dos meus capítulos favoritos:
"The Cost of Zero Cost" fala de como somos atraídos pelo grátis (mesmo quando ele custa caro). Por um lado, o grátis sempre poderá trazer novos clientes. Mas também deixa o desafio de não nos iludirmos com o que é “sem custo”. Se somos vendedores e de fato estamos dando algo sem contrapartida, será que nosso negócio agüenta? Precisamos compensar de alguma forma. Como compradores, precisamos avaliar se de fato não estamos consumindo algo fútil ou desnecessário. E se não há gastos embutidos nas letras pequenas... Enfim, sermos conscientes e não cair em armadilhas como promoções que fazem você comprar o que não precisa ou mais do que precisa. Em suma, não consuma por que a oferta parece vantajosa. Gaste quando precisar (sabe aquela conversa de "reduzir"? Faz diferença).
"The Effect of Expectations" mostra como tendemos a realizar nossas expectativas. Espere o melhor, ele virá. Espere o pior... Ele virá também. Acredite na cura: o efeito placebo é um clássico neste sentido. E se acreditamos que é possível mudar de vida, emagrecer dezoito quilos, não ter patrão... Bem, funcionou para mim. Uma excelente prática é pensarmos no que desejamos para o ano que vem. Que realizações queremos alcançar? Que desafios queremos vencer? O ideal é combinar sonhos mais abstratos com metas concretas. “Criar um novo negócio” e “fazer Pilates religiosamente duas vezes por semana”. Enfim, boa época do ano para ter esta discussão consigo mesmo, não?
Finalmente, "Keeping Doors Open". Queremos tudo. E temos medo das portas que fechamos. Mas isto é paralisante. Ficamos entre duas escolhas, correndo o risco de perder as duas (“é melhor um pássaro na mão do que dois voando...”).
Lembro-me de um causo da minha vida: minha mãe ia se mudar para Londres, meu sonho de consumo de cidade. Eu tinha vinte anos e namorava um moço chamado Lucrécio há apenas três meses. Estava dividida entre uma possível história de amor e realizar um sonho... E acabei jogando na roleta: vou fazer apenas uma prova de trainee, para a Souza Cruz. Se passar, eu fico. Passei, estou com o moço há 17 anos e morei em Londres por quinze meses com ele, pela Souza Cruz, anos depois. Mas neste caso, tive que optar e uma porta fechava a outra. Muitas vezes, não. Muitas vezes duas portas ficam abertas e você com um pé meio dentro, meio fora de cada uma. Para quê? A vida é agora. Enfie os dois pés numa porta e seja feliz. Ou não, mas pelo menos você tentou.
Recomendo o livro. Para negócios e para a vida pessoal. Ah, mas eles são a mesma coisa, não é?