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07/11/2014

Histórias Odisseyers: Eliane Mattos

Este mês, queremos homenagear a Odisseyer Eliane Mattos, uma querida amiga que nos deixou.



Recebê-la no Odisseia foi uma grande honra.
Afinal, há anos ela cuidava de nós, no seu sacro ofício de alinhar energia e corpo a serviço da sanidade somática, da saúde mais ampla.

Ela nos buscou por curiosidade, vontade de crescer e por ser uma grande incentivadora de nosso trabalho.
Saiu encantada e satisfeita, o que  para nós foi muito especial. Afinal, Eliane já havia feito várias formações e trabalhos de autoconhecimento com grandes especialistas do corpo e da alma.

Eliane soube ser herói da própria história de uma forma única.
Encontrou um trabalho difícil de descrever, pois o poder de sua prática não cabia em títulos curtos como "fisioterapeuta" ou"terapeuta corporal".
Tampouco seria cabível apenas ressaltar seus "poderes mágicos". Pois havia decerto algo inexplicável e de ordem superior na sua forma de cuidar; mas também havia muito estudo e ciência, além de uma dedicação ao contínuo autodesenvolvimento.

Eliane gostava muito das coisas belas, refletidas na sua paixão pelas artes plásticas e no seu bom gosto no vestir e decorar.

Mas sua grande paixão era a saúde de seus pacientes, saúde que protegia com suas mãos e também inestimáveis conselhos e alertas.

Representou bem nossa crença de que  uma mesma habilidade serve a muitos propósitos. Suas mãos serviam na cura, mas também para fazer lindos arranjos de flores.

Era curadora em muitos sentidos. Certamente o de restaurar o corpo de dores e cansaço, mas também em oferecer sugestões de onde deveríamos focar nosso desenvolvimento espiritual e profissional.

Todos os dias utilizamos algum aprendizado compartilhado por ela a partir de seu amplo repertório de técnicas e saberes.

Da Jornada Odisseia, levou muita inspiração. Uma delas, singela, foi a de enfrentar seu medo de tecnologia. Vinha tendo aulas com um professor para dominar os e-mails e mídias sociais.

Eliane partiu em dois de novembro, Dia dos Mortos.
Jamais a esqueceremos.
Seu legado está vivo no Odisseia, na sua sabedoria generosa, que compartilhamos com gratidão.


05/10/2014

A arte da empatia


“Vi um vulto ao longe, era um bicho.
Cheguei mais perto, era um homem.
Cheguei ainda mais perto.
Era meu irmão.” 
Ditado tibetano

O Odisseia trabalha ancorado nos pilares da Responsabilidade, Confiança e Gentileza.
Confiança tem três dimensões em nosso vocabulário: confidencialidade, otimismo e capacidade de entregar-se ao outro (bem como recebê-lo)
Este último, particularmente precioso na construção de relações verdadeiras e colaborativas. Relações onde se pratica andar de "mãos dadas".

Como cultivar relações ancoradas na confiança, no trabalho e na vida pessoal?
É difícil confiar se não temos um chão comum.
É difícil confiar se dentro de nós há preconceito, desconfiança ou falta de vínculo.

Portanto um bom caminho é a prática da empatia.
Empatia é uma forma poderosa de fortalecer relações e até mudar o mundo...
Como assim?

Primeiro é preciso entender o que é empatia.
Nas palavras de Roman Krznaric, escritor e um dos fundadores da The School of Life:

“A empatia é a arte de se pôr no lugar do outro e ver o mundo de sua perspectiva. Ela requer um salto de imaginação, de modo que sejamos capazes de olhar pelos olhos dos outros e compreender as crenças, experiências, esperanças e os medos que moldam suas visões de mundo.”

Em outras palavras, vestir o sapato do outro e compreender onde estão os calos que doem.

A empatia acende em nós a compaixão e nos ajuda a suspender o julgamento.
Ela nos permite "enxergar com os olhos do outro",  um olhar tantas vezes diferente do nosso, mas igualmente merecedor de atenção.

Empatia não é piedade. A prática da empatia requer um andar lado a lado, um diálogo baseado na equanimidade.

Fazer com o outro o que você gostaria que fizessem com você tampouco é empatia, como na história contada por Roman em seu livro "Sobre a Arte de Viver", onde descreve a evolução de seus dois filhos gêmeos:
No início sua filha tentava consolar seu irmão oferecendo o brinquedo favorito dela.  Em poucos anos, portanto, percebeu que era mais eficaz oferecer o brinquedo favorito DELE.

Ou, com disse George Bernard Shaw com muita graça:

“Não faça aos outros o que gostaria que eles lhe fizessem – eles podem ter gostos diferentes dos nossos".

Hum. Se é preciso caminhar lado a lado e conhecer verdadeiramente o outro, não parece ser tão fácil...
Bom, ser feliz dá trabalho.

Mas queremos ajudar, com uma lista de cinco passos para construir mais empatia em suas relações: 

1# Ligue seu cérebro
Muitos pensam que seres humanos são, por natureza, egoístas. No entanto,  há muitas evidências científicas de que nós desenvolvemos nossa empatia ainda na primeira infância. A Neurociência demonstra que todos nós somos equipados neuralmente para a empatia. Portanto, com algumas raras exceções (como a sociopatia), todas as pessoas são capazes de praticá-la.
Por isso, comece acreditando que você sabe ser empático, sim. Está no seu DNA.

2# Dê um salto imaginativo
Em seu pensamento, ponha-se no lugar do outro. Como ele vive? Que desafios enfrenta? Que medos têm?  Qual é seu contexto familiar, de trabalho?
Estas perguntas e muitas outras podem te ajudar a transportar-se para a realidade do outro.
Desligue o botãozinho da crítica e "finja" ser alguém com quem está difícil conviver por alguns instantes.

3#  Viva um experimento 
O pensamento e a imaginação são um começo, mas "praticar" a vida do outro pode ser ainda mais poderoso.
São Francisco de Assis praticou a mendicância como forma de compreender verdadeiramente a pobreza.  Há pessoas que participam de iniciativas para dormir na rua para conhecer a realidade dos sem-teto.
Você não precisa ir tão longe, se não quiser.  Um primeiro passo é passar um dia no ambiente do outro.
Ir no seu ambiente de trabalho, sua casa.  Usar seus meios de transporte, comer sua comida.
Viver a realidade do outro na prática!

4# Pratique a arte da conversa
Ouvir genuinamente o outro, calando as vozes internas é um passo poderoso para a empatia.
Experimente não pensar na resposta ou ter ideias próprias enquanto o outro fala.
Escute com seu corpo inteiro. Incline-se para a frente, silencie sua mente, repita o que seu interlocutor acabou de falar para ver se entendeu.
Permita-se  ser ouvinte sem preocupar-se com réplica ou em superar o pensamento do outro.
E lembre-se: sentir-se escutado cria um importante vínculo com quem escuta, muito favorável quando for sua hora de falar.

Podemos aprender com  Rubem Alves, mestre na "arte da escutatória":
"De todos os sentidos, o mais importante para a aprendizagem do amor, do viver juntos e da cidadania é a audição. Disse o escritor sagrado: “No princípio era o Verbo.” Eu acrescento: “Antes do Verbo, era o silêncio.” É do silêncio que nasce o ouvir. Só posso ouvir a palavra se meus ruídos interiores forem silenciados. Só posso ouvir a verdade do outro se eu parar de tagarelar. Quem fala muito não ouve. Sabem disso os poetas, esses seres de fala mínima. Eles falam, sim. “Para ouvir as vozes do silêncio”

#5)    Inspire uma revolução
Finalmente, um convite para a grande ousadia de expandir este movimento, criando uma "corrente do bem" a serviço de um mundo mais solidário, cooperativo e de relações verdadeiras.
Leve a empatia para seu contexto social.
Transforme suas negociações, ampliando a empatia. Influencie a escola dos seus filhos, seu condomínio, seu escritório.
Participe de atividades voluntárias no seu bairro ou em sua comunidade.
Inspire-se em líderes empáticos como Gandhi e Martin Luther King Jr.
Pratique a empatia para além destas portas e assim construiremos um mundo mais justo, mais alegre e mais compassivo.

É isso. Esperamos ter contribuído para um mundo mais cooperativo e empático, pois nisso acreditamos!

Se quiser saber mais sobre  Empatia, recomendamos:

Sobre a Arte de Viver, Roman Krznaric
A Arte da Escutatória, artigo de Rubem Alves
E não deixe de conhecer a Biblioteca da Empatia, a forma que Roman Krnzaric encontrou de estimular esta revolução!





26/08/2014

Para o sonho sair do papel

Às vezes, é uma vontade de fazer mudanças. Na vida pessoal, na carreira, nos dois.
Outras, de seguir um chamado de dentro. Tentar uma trilha paralela. Cultivar algo novo.
Em comum, o desejo de um diálogo entre “pessoa física” e “pessoa jurídica”: Um alinhamento maior entre vidas pessoal e profissional.



Não importa qual a motivação, o melhor caminho é primeiro para dentro, para então seguir em frente:

1) Quem sou eu?
Compreender nossa própria história é a chave para muitos caminhos.
Do que tenho orgulho?
Quais foram os momentos difíceis e como os atravessei?
Quem foi (é) importante na minha caminhada?
O que aprendi com erros e acertos?
O que se repete ao longo do tempo?

Um segredo é olhar para as respostas com um olhar apreciativo. Honrar o caminho percorrido. Valorizar os feitos e agradecer toda a ajuda recebida. Ser grato pelas pedras da estrada, nossas grandes mestras.

Conhecer-se é ampliar as próprias asas.

2) Quais minhas habilidades?

Nascemos com uns tantos dons e para chegar onde estamos, foi preciso desenvolver muitos outros recursos.
Mapear estas fortalezas é fundamental para avançar rumo ao sonho.
O que as pessoas mais me pedem para fazer? E o que me agradecem quando eu faço?
Não é suficiente saber o que fazemos bem. É igualmente importante vigiar os excessos e faltas.
Se tenho um talento e exagero, bem posso estar criando obstáculos: Ser generoso demais; ouvir demais; fazer demais.
Se não vivo uma habilidade em sua plenitude, também posso criar barreiras: falar de menos; dar limites de menos; pausar de menos.
Usar nossas ferramentas com equilíbrio é difícil, exercício de vida inteira. Mas com o tempo e a prática, navegaremos em águas mais favoráveis, impulsionados por nosso melhor.

3) Cultivar um sonho de bom tamanho
Não basta sonhar. É preciso sonhar de bom tamanho.
O que isto quer dizer?
Todos conhecem Ícaro, que ao escapar do labirinto do minotauro, seduziu-se pelo sol e subiu alto demais, destruindo suas asas e desabando no mar.
No entanto, poucos ouviram falar de Dédalo, seu pai. Ele que construiu as asas e avisou ao filho: “Não voe tão baixo que encharque as penas, nem tão alto que derreta a cera”.
Assim numa distância sábia entre o alto da fantasia e o baixo da mediocridade, Dédalo alcançou a outra margem e seguiu sonhando e realizando seus sonhos.
E este é o convite que fazemos sobre todos os sonhos:

- Este sonho é específico o suficiente?
- Como posso planejá-lo para que esteja ao meu alcance?
- De que recursos preciso para fazê-lo real?
- Quem pode ser parceiro nesta empreitada?

É possível tecer sonhos inspiradores e grandiosos, dentro de nossa possibilidade de realizá-los. Dar a volta ao mundo começa com uma viagem. A paz mundial começa com cada um vivendo a colaboração e harmonia dentro de sua comunidade e geografia.

4) Mão na massa
Quando nos apropriamos de nossa história, habilidades e sonhos é possível avançar.
Quais os primeiros passos simples que posso dar?
Quem pode me ajudar?
O que preciso aprender, praticar, testar?

Podemos nos perguntar, podemos perguntar aos outros. À medida que colocamos as respostas em prática, estamos vivendo nosso sonho, ganhamos asas.

Mas não voemos sozinhos. Sejamos um bando de pássaros, lado a lado. Para que a soma de nossos talentos seja posta a serviço, não somente nosso, mas de todo mundo.

Para que em nossas eventuais quedas, possamos contar com um braço amigo para nos levantar do chão.

Como diria Carlos Drummond de Andrade: “Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas”.

Vamos?

18/04/2014

Trabalho para se orgulhar

Conversava com uma pessoa que admiro muito como mãe, profissional e esposa.
Ela me contava sobre a diferença entre vaidade e orgulho.
vaidade, me explicava, é algo que é alimentado do fora de nós. A opinião alheia, o aplauso, o tapinha nas costas, a avaliação de desempenho, a aceitação de nossa família, nossos colegas de trabalho. Segue o script, muitas vezes limitante, da régua das maiorias. Ancora-se, muitas vezes, na aparência, no preconceito, no medo de não pertencer.
orgulho, por outro lado, alimenta-se de algo nosso (e não estamos falando do orgulho de não saber pedir ajuda, o da soberba). Falamos do orgulho mais nobre, mais puro. Aquele enraizado em nossos valores, nosso propósito, o que faz sentido.
Se temos orgulho de nós mesmos, o outro não tem tanto peso. O orgulho ancora-se na nossa autoestima e no quão firme estamos apoiados em nossa bússola interna. Esta bússola, construída a partir do que aprendemos com nossos ancestrais, do que cultivamos na nossa espiritualidade. Do que acreditamos com toda a força de nosso coração.
Quem de fato sou eu? O que quero deixar para o mundo? 
Perguntas difíceis de responder, por isso olhamos tanto para fora.
Na busca deste gabarito, muitas vezes terminamos vazios, famintos.
Viver com sentido é a recompensa maior. Mas requer esforço.
Para atravessar medos. Para perdurar solidões.  Para dizer sim, este é o caminho, mesmo que inédito, mesmo que estranho.
Mesmo ao contrário do que todos me disseram ser o mais garantido.

A vaidade nos conecta com o outro. É um vício.  Se eu faço assim, interajo, obtenho resposta.  Infla-se meu peito, dá uma saciedade.
Só que é carboidrato, queima logo. Preciso de mais e mais, para me sustentar.
O orgulho é proteína.

O orgulho de bater no peito: "Eu fiz."
"Eu sobrevivi".
"Eu consegui".
"Eu sou quem eu quero ser".
Olhar para trás e ver um legado que valha a pena.
Olhar para frente e antever a possibilidade de melhorar o mundo.
Olhar para os erros e perceber que foram aprendizado.

A escolha é sua: como você vai nutrir o seu trabalho?
A partir da vaidade ou do orgulho?

O preço a qualquer preço

“Bom dia. Embarque ou conexão?”
Parecia uma pessoa do staff do aeroporto, mas não. Era um vendedor de uma editora, tentando me “fisgar”.
Sentei-me num lugar estratégico e fiquei acompanhando a operação.  Observando a franca irritação de alguns passantes, me pergunto. Por quê?
Por que alguém se submete a um subterfúgio destes para tentar capturar um novo consumidor?
Parece fácil condenar o vendedor e sua armadilha tosca.

Decido olhar mais fundo... Será que este vendedor gosta ou tem orgulho do que faz? Ou está pagando contas, buscando alguma estabilidade, atendendo a sonhos alheios do que é ser uma pessoa de sucesso?
A farsa da editora é  muito evidente. Não vi quase ninguém ir “só retirar o brinde” que levaria a um discurso de convencimento “compre uma assinatura”.
Na vida real, o dilema é mais sutil.  Será que estamos vendendo a nós mesmos e aos outros algo que não nos serve?
“Eu preciso deste trabalho porque preciso pagar contas”
“Eu não sei fazer outra coisa”
“Sou muito velho para começar de novo”
“Já investi muito neste caminho onde estou”
“Não tenho coragem”.
Todos os dias conheço pessoas buscando enfrentar estas questões. São perguntas difíceis, causadoras de grande sofrimento. Por que  tantos outros não conseguem encará-las?
Tudo é uma questão de preço. Muitas pessoas não percebem claramente o custo de um trabalho sem sentido, até a vida passar ou alguma crise acontecer.
Voltando para nosso exemplo. Um daqueles vendedores pode um dia se sentir maltratado. Outro pode achar que o dinheiro que ganha, não vale o esforço. Alguns, podem adoecer física ou emocionalmente, pelo desgaste de tanta rejeição.  Uns podem ter sonhos pulsando cada vez mais alto, até não sobrar energia para abordar clientes a caminho de seu voo.
E para alguns, somente alguns, chegará o dia em que dirão “chega, vou buscar outro trabalho ou vou ao menos tentar vender minha assinatura de uma forma diferente!”.
Para todos nós, o  preço pode ser a saúde física, o equilíbrio emocional, a falta de sentido. O preço  pode ser desperdiçar talentos, ignorar sonhos, engolir sapos além da conta.
Sim, é preciso pagar as contas. Mas a que preço?
O singelo exemplo do aeroporto evoca questões éticas, mas também não vi um ambiente estimulante no quiosque onde os vendedores se aglomeravam. Fiquei curiosa até quando vão tentar esta nova tática.
Também fico curiosa por entender o limite das pessoas, cada um tem o seu.
Quanto tempo é preciso para se repensar que tipo de trabalho queremos fazer? Quanta dor e incômodo estamos dispostos a vivenciar?
O Odisseia foi criado para estimular relações mais felizes com o trabalho. A reflexão é o primeiro passo neste sentido e esta é a intenção deste texto.
Qual o preço da minha escolha profissional hoje? 
Como eu posso interferir para que o que faço para pagar as contas também sirva para minha realização pessoal? 
O que está ao meu alcance para ter um trabalho que faça sentido?
Minha hipótese é que a resposta não está num script automático que vendemos para nós, justificando a situação atual... Descobrir suas respostas pode ser o primeiro passo para uma grande transformação.


11/03/2014

O que é ser herói da própria jornada?

Nascemos inocentes e dependentes.
Crescemos em constante interação e interdependência.
Como adultos idealmente nos tornamos autônomos. A responsabilidade de um adulto implica em saber que cada escolha tem um preço.
A questão é saber que preços estamos dispostos a pagar.
René Quillivic-Le voilier

No processo de crescer, muitas vezes encolhemos nossa coragem de tentar o que parece impossível, de trilhar o caminho menos conhecido. De arriscar-se. De mostrar-se por inteiro, vulnerável, sensível.

Nem sempre escolhemos o que fazer como trabalho de forma consciente. É comum abraçarmos uma carreira ainda imaturos e depois nos acostumarmos a ela. Ou jamais nos acostumarmos, mas temermos o preço da mudança.

Ser herói da própria jornada é retomar o leme do nosso barco.  Honrar este caminho sem sempre fácil de experimentar profissões, de ser responsável por seu sustento. E fazer tudo isso sem perder a coerência com nossas paixões, nossas necessidades e desejos.

Ser herói da própria jornada é fazer escolhas. Não delegar o sucesso ou fracasso a ninguém, buscar seu percentual de contribuição em toda a situação adversa.

Ser herói da própria jornada é sentir medo e atravessar o oceano da vida, cheio de perigos, com medo e tudo.

Um herói é um indivíduo disposto a grandes sacrifícios por uma causa maior.  E viver sua própria jornada é a causa maior de todas. Não importa se gari ou empreendedor; militar ou padre. Todo trabalho tem valor quando está alinhado com o que amamos e sabemos fazer.

O prêmio é imperdível: ao final da jornada, teremos construído um legado.
Uma vida bem vivida, com pouco arrependimento.
Alegria. Satisfação. Realização. Significado.

Por isso trabalhamos todos os dias no Odisseia. Na esperança incansável de um mundo onde todos possam ser heróis de sua própria jornada.



28/02/2014

Histórias Odisseyers: Marcella Linhares



Marcella encontrou-se com o Odisseia num já distante março de 2013. Pulsava em sua suavidade, ansiando por libertar as tantas palavras que moram em seu dentro.
Trazia questões de trabalho e de vida pessoal.
Juntas, fomos costurando caminhos e abrindo este baú de tesouros.
Hoje Marcella nos conta o que aconteceu de lá para cá. E foi muito.
Com muita gratidão, compartilhamos seu testemunho de como é possível avançar rumo a Ítaca, com medo e tudo.
Com vocês, Marcella Linhares!




"Doismil&treze
Tenho uma superstição boba de não gostar de anos ímpares, mas doismil&treze me pegou de surpresa e me fez gostar muito dele. Lá no comecinho fiz o workshop Odisseia assim como não quer nada... E em um único dia aprendi muito sobre mim mesma. O curso me proporcionou um mergulho profundo em mim mesma. Fez com que eu entendesse um pouco quem eu sou e do que gosto. Às vezes, a gente simplesmente tem medo de descobrir quem é e do que gosta... Parece que o medo de que as coisas dêem certo é tão ou mais assustador do que o medo do fracasso. Vá entender... Eu tenho um medo bem grande dos meus sonhos. Tenho medo que eles nunca se realizem e um medo maior ainda que cada um deles se realize porque ser feliz é muito assustador. Dá um tremendo frio na barriga. Esse doismil&treze fez com que eu aprendesse a lidar com esse medo, que algumas vezes fica tão grande que eu viro uma formiguinha perto dele. Então nesse ano eu fiz as pazes com todos os meus fantasmas. Aprendi a ficar amiga deles. Eles viraram fantasminhas camaradas. De vez em quando a gente até anda de mãos dadas, quando não tem ninguém reparando...
Em doismil&treze além de me reconciliar com os meus fantasmas, também fiz algumas outras coisinhas – como por exemplo me casar. Em doismil&treze ganhei um nome novo e escrevi pela primeira vez casada na ficha de hotel. Também mudei radicalmente de trabalho: deixei de ser uma produtora freelancer que trabalhava em casa e passei a ser uma assessora de imprensa com crachá e tudo – só que o crachá não ficou pronto ainda ou ficou e eu não fui buscar porque eu não tenho cara de funcionária com crachá. Também mandei fazer óculos novos esse ano – o que me deu ainda mais cara de “funcionária”, mas crachá não. Crachá já é demais. Fiz aniversário no meu primeiro dia de trabalho e recebi restituição de imposto de renda pela primeira vez. Também troquei e-mails com o meu avô e reativei o blog onde coloco alguns escritos meus. Acho que fiquei um pouco mais adulta esse ano e mudei de ideia: passei a gostar de anos ímpares!

Quem quiser aparecer para uma visita no meu blog ou na minha página no facebook aí vão os endereços. Sejam bem-vindos! Só tenho uma recomendação: entrem com os pés descalços!

http://avidaebelaafloreamarela.blogspot.com.br

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