“Vi um vulto ao longe, era um bicho.
Cheguei mais perto, era um homem.
Cheguei ainda mais perto.
Era meu irmão.”
Ditado tibetano
O Odisseia trabalha ancorado nos pilares da Responsabilidade, Confiança e Gentileza.
Confiança tem três dimensões em nosso vocabulário: confidencialidade, otimismo e capacidade de entregar-se ao outro (bem como recebê-lo).
Confiança tem três dimensões em nosso vocabulário: confidencialidade, otimismo e capacidade de entregar-se ao outro (bem como recebê-lo).
Este último, particularmente precioso na construção de relações verdadeiras e colaborativas. Relações onde se pratica andar de "mãos dadas".
Como cultivar relações ancoradas na confiança, no trabalho e na vida pessoal?
É difícil confiar se não temos um chão comum.
É difícil confiar se dentro de nós há preconceito, desconfiança ou falta de vínculo.
É difícil confiar se dentro de nós há preconceito, desconfiança ou falta de vínculo.
Portanto um bom caminho é a prática da empatia.
Empatia é uma forma poderosa de fortalecer relações e até mudar o mundo...
Empatia é uma forma poderosa de fortalecer relações e até mudar o mundo...
Como assim?
Primeiro é preciso entender o que é empatia.
Primeiro é preciso entender o que é empatia.
Nas palavras de Roman Krznaric, escritor e um dos fundadores da The School of Life:
Em outras palavras, vestir o sapato do outro e compreender onde estão os calos que doem.
“A empatia é a arte de se pôr no lugar do outro e ver o mundo de sua perspectiva. Ela requer um salto de imaginação, de modo que sejamos capazes de olhar pelos olhos dos outros e compreender as crenças, experiências, esperanças e os medos que moldam suas visões de mundo.”
Em outras palavras, vestir o sapato do outro e compreender onde estão os calos que doem.
A empatia acende em nós a compaixão e nos ajuda a suspender o julgamento.
Ela nos permite "enxergar com os olhos do outro", um olhar tantas vezes diferente do nosso, mas igualmente merecedor de atenção.
Empatia não é piedade. A prática da empatia requer um andar lado a lado, um diálogo baseado na equanimidade.
Empatia não é piedade. A prática da empatia requer um andar lado a lado, um diálogo baseado na equanimidade.
Fazer com o outro o que você gostaria que fizessem com você tampouco é empatia, como na história contada por Roman em seu livro "Sobre a Arte de Viver", onde descreve a evolução de seus dois filhos gêmeos:
No início sua filha tentava consolar seu irmão oferecendo o brinquedo favorito dela. Em poucos anos, portanto, percebeu que era mais eficaz oferecer o brinquedo favorito DELE.
Ou, com disse George Bernard Shaw com muita graça:
“Não faça aos outros o que gostaria que eles lhe fizessem – eles podem ter gostos diferentes dos nossos".
Hum. Se é preciso caminhar lado a lado e conhecer verdadeiramente o outro, não parece ser tão fácil...
Bom, ser feliz dá trabalho.
Mas queremos ajudar, com uma lista de cinco passos para construir mais empatia em suas relações:
1# Ligue seu cérebro
Muitos pensam que seres humanos são, por natureza, egoístas. No entanto, há muitas evidências científicas de que nós desenvolvemos nossa empatia ainda na primeira infância. A Neurociência demonstra que todos nós somos equipados neuralmente para a empatia. Portanto, com algumas raras exceções (como a sociopatia), todas as pessoas são capazes de praticá-la.
Por isso, comece acreditando que você sabe ser empático, sim. Está no seu DNA.
2# Dê um salto imaginativo
2# Dê um salto imaginativo
Em seu pensamento, ponha-se no lugar do outro. Como ele vive? Que desafios enfrenta? Que medos têm? Qual é seu contexto familiar, de trabalho?
Estas perguntas e muitas outras podem te ajudar a transportar-se para a realidade do outro.
Desligue o botãozinho da crítica e "finja" ser alguém com quem está difícil conviver por alguns instantes.
3# Viva um experimento
O pensamento e a imaginação são um começo, mas "praticar" a vida do outro pode ser ainda mais poderoso.
São Francisco de Assis praticou a mendicância como forma de compreender verdadeiramente a pobreza. Há pessoas que participam de iniciativas para dormir na rua para conhecer a realidade dos sem-teto.
Você não precisa ir tão longe, se não quiser. Um primeiro passo é passar um dia no ambiente do outro.
Ir no seu ambiente de trabalho, sua casa. Usar seus meios de transporte, comer sua comida.
Viver a realidade do outro na prática!
4# Pratique a arte da conversa
4# Pratique a arte da conversa
Ouvir genuinamente o outro, calando as vozes internas é um passo poderoso para a empatia.
Experimente não pensar na resposta ou ter ideias próprias enquanto o outro fala.
Escute com seu corpo inteiro. Incline-se para a frente, silencie sua mente, repita o que seu interlocutor acabou de falar para ver se entendeu.
Permita-se ser ouvinte sem preocupar-se com réplica ou em superar o pensamento do outro.
E lembre-se: sentir-se escutado cria um importante vínculo com quem escuta, muito favorável quando for sua hora de falar.
Podemos aprender com Rubem Alves, mestre na "arte da escutatória":
"De todos os sentidos, o mais importante para a aprendizagem do amor, do viver juntos e da cidadania é a audição. Disse o escritor sagrado: “No princípio era o Verbo.” Eu acrescento: “Antes do Verbo, era o silêncio.” É do silêncio que nasce o ouvir. Só posso ouvir a palavra se meus ruídos interiores forem silenciados. Só posso ouvir a verdade do outro se eu parar de tagarelar. Quem fala muito não ouve. Sabem disso os poetas, esses seres de fala mínima. Eles falam, sim. “Para ouvir as vozes do silêncio”
#5) Inspire uma revolução
Finalmente, um convite para a grande ousadia de expandir este movimento, criando uma "corrente do bem" a serviço de um mundo mais solidário, cooperativo e de relações verdadeiras.
Leve a empatia para seu contexto social.
Transforme suas negociações, ampliando a empatia. Influencie a escola dos seus filhos, seu condomínio, seu escritório.
Participe de atividades voluntárias no seu bairro ou em sua comunidade.
Inspire-se em líderes empáticos como Gandhi e Martin Luther King Jr.
Pratique a empatia para além destas portas e assim construiremos um mundo mais justo, mais alegre e mais compassivo.
É isso. Esperamos ter contribuído para um mundo mais cooperativo e empático, pois nisso acreditamos!
Se quiser saber mais sobre Empatia, recomendamos:
Sobre a Arte de Viver, Roman Krznaric
A Arte da Escutatória, artigo de Rubem Alves
E não deixe de conhecer a Biblioteca da Empatia, a forma que Roman Krnzaric encontrou de estimular esta revolução!
E não deixe de conhecer a Biblioteca da Empatia, a forma que Roman Krnzaric encontrou de estimular esta revolução!